Gualterianas ao Desleixo...

sexta-feira, 5 de agosto de 2016


O mês de Agosto em Guimarães é sempre época de um renovado rebuliço...  é a partida para férias de muitos vimaranenses, a chegada de outros tantos que vindos de todas as paragens do mundo aproveitam a época para regressar ao Berço, é o início da nova época futebolística e o recomeço das ilusões referentes ao Vitória, uma das maiores bandeiras da cidade e uma das referências para grande parte dos vimaranenses, e das Gualterianas...

Quanto a estas, poderei dizer que me lembro delas desde que, quase, me lembro de mim... Com o seu centro nevrálgico no Campo da Feira e com barraquinhas a subir a Muralha e a percorrer toda a Alameda até ao Toural davam um colorido especial ao centro da cidade, que nesses dias ganhava um vida muito própria... e não era preciso esperar para o Sábado à noite, que por tradição era dia da apresentação do Vitória, geralmente na Taça Amizade, contra o Braga... e com resultados bem diferentes do que ultimamente têm ocorrido quando os rivais minhotos se encontram.

Porém tudo mudou... Dir-me-ão serem sinais dos tempos...dir-me-ão que uma cidade moderna não pode ter uma festa bem no centro da cidade... dir-me-ão que por uma questão de organização urbanística nada pode ser como antigamente....

Mas, a verdade é que a festa maior da cidade Onde Nasceu Portugal desenraizou-se e perdeu o substracto essencial: as pessoas e a sua comunhão com a cidade. Diz-se fora desta cidade que o “máximo que podem tirar a um vimaranense são as suas raízes e as suas tradições”; raízes e tradições que passam pelo orgulho de pertencer ao berço pátrio, de no 24 de Junho não se festejar o S. João mas sim o a Batalha de S. Mamede e a primeira tarde portuguesa e sentir-se embevecido quando no primeiro fim de semana de Agosto se festejam as festas de São Gualter que culminam com a não menos tradicional Marcha.

Mas, quiçá fruto dos sinais dos tempos tudo mudou e nem a festa maior da cidade merece respeito...

Na verdade não lembraria a ninguém deslocalizar os carrosséis para a zona do teleférico., olvidando que quem para lá se pretende dirigir são pais com crianças pequenas, algumas de colo, e que tal caminhada se assemelha a uma peregrinação com contornos de ida ao São Bentinho da Porta Aberta e com uma subida própria para um atleta de trial, ainda para mais com o peso de uma criança nos braços...

E tal colocação dos elementos de diversão tão afastados da cidade deve-se a um erro crasso de cálculo da Câmara... que imbuída de um espírito empreendedor inexplicável resolveu fazer obras de modo extemporâneo no Parque das Hortas impedindo que o local habitual de diversão pudesse receber os acessórios necessários a tal...

E com tamanho desleixo, e de uma penada, matou as festas da cidade... os miúdos não vislumbram os carrosséis e deixa de se sentir no ar aquela alegria pueril tão própria de uma celebração destas; os pais, esses, recusam-se a realizar a prova de exercício físico destinada a cumprir os desejos dos que se lembram que uma festa deve ter meios de diversão, bastando-se à descoberta de onde; os comerciantes, esses, olham para as Gualterianas como uma festa em decadência que não dá o lucro que outrora dera, passando a considerar em futuras edições se vale a pena a deslocação e a montagem dos seus artefactos...

Urge, pois, mudar... voltar a olhar para um dos símbolos de Guimarães como parte integrante da cidade... acolher as festas com o carinho que elas nos merecem no local que sempre foi seu, para nos  Vimaranenses voltar a refulgir o orgulho de ter no seu âmago uma parte de si...aquele fim de semana de Agosto, que ninguém dorme, e que se festeja o padroeiro da cidade...


P.S. E já agora, de preferência com a reedição da Taça Amizade e com o resultado habitual... o Vitória a ganhar ao Braga, algo que como sócio me habituei a ver em pequeno...

Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política CDS Guimarães

A Música que a Câmara Nos Dá...

terça-feira, 2 de agosto de 2016

As lideranças fracas e incipientes, como a que infelizmente ocorre na autarquia de Guimarães, necessita sempre de qualquer ponto de afirmação, de qualquer momento em que possa demonstrar algum vigor, o que infelizmente se assemelha a um mero fogo-fátuo e sem capacidade de sobrevivência a longo prazo.

Domingos Bragança tendo, de há muito, percebido que não conseguia penetrar nos diversos escalões da sociedade vimaranense, tentou resolver o problema da maneira mais ingénua e politiqueira possível: desatando a inaugurar como se não houvesse amanhã, numa desenfreada tentativa de apelidar os munícipes da cidade Onde Nasceu Portugal de incautos, impreparados e meros apreciadores de fogo, este não fátuo, mas de artifício.

E nesse descontrolo emocional, próprio de quem sabe que luta a cada segundo pela sua própria sobrevivência – não só no lugar que ocupa mas inclusivamente dentro do seu próprio partido – perdeu o controlo da situação.

Vem ontem a lume no Jornal de Notícias que as oito salas de ensaio para bandas de garagem situadas no Teatro Jordão e inauguradas há mais de um ano continuam fechadas ao público e tal demonstra o estado a que chegou a descontrolada governação socialista vimaranense.

Um verdadeiro escândalo, dirá o leitor... mas além do escândalo de uma valência inutilizada, o que dizer dos danos subsequentes à não utilização do mesmo?

E além disso, o que dizer dos cento e cinquenta mil euros que a autarquia teve de investir na obra? Dinheiro esse que é de todos e para benefício de todos...

Com efeito, o pior que pode acontecer a uma sociedade é ter políticos que sentem o chão a fugir-lhes dos pés. Nesses momentos agónicos perdem o controlo de si e desatam a tentar recuperar o tempo perdido.

Uns conseguem e dão a volta a situação: esses são os grandes líderes. Em Guimarães, infelizmente isso não ocorre...de dia para dia, percebe-se que a liderança da Câmara está sem rumo, enredada em situações de despesismo num desenfreado e desesperado canto de sereia aos eleitores, que já entenderam que todos as iniciativas serão para inglês ver pois o conteúdo, esse, será zero...

E, enquanto nos dão música (mas sem ser a que queremos) os bolsos da edilidade ficam vazios...

Artigo de Vasco Rodrigues - CDS Guimarães