Catarina+Jerónimo (+Costa?) = Amor sem fim

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Por Alfredo Sousa
Ontem estive a ver e a ouvir o debate entre Catarina Martins e Jerónimo de Sousa e fiquei sem perceber aquilo que os distinguia. Normalmente, um debate serve para se explanarem diferentes pontos de vista para resolver um mesmo problema. Ontem à noite, vi dois políticos a denunciarem a mesma estratégia para atacar o mesmo problema e para namorar o mesmo parceiro.

O problema que Catarina e Jerónimo têm em comum é simples e o qual todos hoje podemos constatar: Portugal está a melhorar. Portanto, para aqueles que (ainda) defendem que os patrões são exploradores e os trabalhadores são explorados, que (ainda) defendem que existe um imperialismo na Europa que quer subjugar povos e destruir as suas economias e aproveitar-se dos seus recursos, é muito difícil agora explicar como é que um país que é explorado pela Alemanha, EUA e outros, onde os trabalhadores são explorados por patrões, está a conseguir dar a volta e recuperar, através do seu esforço colectivo, a sua economia, a sua confiança e o seu nível de vida. A realidade diz-nos, constantemente, que o discurso propagandeado pelo BE e PCP não é verdade.

Esta primeira questão foi fácil de resolver, bastou para tal usar da realidade e do bom senso. A segunda questão é que não é assim tão simples. Como todos sabemos, quando duas pessoas querem namorar o mesmo parceiro o caso torna-se complicado. Muito mais complicado se torna quando tem que se atacar o parceiro para segurar os seus votos. Vamos então à segunda questão: o namoro com o PS.

O BE e PCP só podem governar com o PS. Mas, para manterem os seus votos vêem-se obrigados a classificar o PS como de direita, argumento usado já há quarenta anos, substituindo os latifundiários pelos bancos, os agrários pelos grandes grupos económicos e os EUA pela Alemanha, na actualidade. Este discurso serve, e sempre serviu, para o PCP e BE terem uma razão de existir e perdurar. Contudo, parece que PCP e BE estão agora disponíveis para governar, embalados pelo exemplo do Syriza na Grécia. E aqui está o dilema de António Costa e do PS: o Syriza fracassou em pouco tempo.

Se o Syriza se tivesse aguentado mais tempo, se não se tivesse coligado à extrema-direita em primeiro lugar e não quisesse impor a sua ideologia à Europa em segundo, talvez ainda desse para enganar os portugueses e vender-lhes a ideia de que é com palavras de amor e carinho e carros a arder e cocktails molotov que se resolvem os problemas de um país. Felizmente para nós, infelizmente para os gregos, é mais uma vez evidente que a extrema-esquerda não sabe (nem quer) governar. A sua estratégia é, e sempre foi, tentar destruir aquilo que existe para impor aquilo em que acredita, mesmo que tenha uma minoria dos votos de um povo.

Resumindo e concluindo, ontem assistimos a uma estratégia comum de ataque à direita e ao PS para que BE e PCP concentrem o maior número possível de votos para, posteriormente, ganharem margem de negociação com o PS, para a formação de um governo de esquerda. O que reduz o cenário pós-eleitoral a duas possibilidades de estabilidade: ou maioria absoluta para a coligação ou maioria absoluta para PS + PCP ou BE, ou até os dois. A primeira possibilidade já vimos em Portugal neste mandato que agora finda. Termina com crescimento, redução do desemprego e numa crescente esperança no futuro. A segunda, vimos no anterior mandato de José Sócrates, que terminou com o país na falência, vimos o irmão do BE na Grécia a pedir um novo resgate com mais austeridade do que aquela que antes rejeitara e vemos o irmão do PCP na Coreia do Norte, que nem é necessário explicar. Agora escolham!Presidente da Distrital de Braga da Juventude Popular

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