Bucha e Estica

terça-feira, 14 de junho de 2016



António Costa sempre foi um habilidoso.

Foi um habilidoso quando chutou António José Seguro da liderança do seu partido, por ganhar por poucochinho nas suas palavras e ainda o foi mais quando após às lágrimas de uma clara derrota, a reboque de uma esquerda utópica e desprendida da realidade conseguiu dar o golpe palaciano que todos nós conhecemos...

Mas, nunca pensamos que a habilidade continuasse...ou melhor até acreditávamos que sim, mas tínhamos esperança que o novo presidente da república, como homem sapiente e de ciência que supostamente é, conseguisse pôr um travão a esta insana paranoia que vai corroendo por dentro os neurónios do auto-imposto primeiro ministro...

Mas, debalde...

Marcelo no seu afã de estar bem com Deus e com o diabo, esqueceu-se do seu papel de moderador... em vez da política se decidir e discutir com decoro, transformou-se numa espécie de Big Brother, para não dizer o inefável Love on Top, em que o que importa são os soundbytes, as palhaçadas e as declarações desprovidas de qualquer senso.

Além disso, este indecoroso espectáculo mediático é regado com doses de complacência de uma imprensa que, vá-se lá saber porquê mas desconfia-se, fecha os olhos a todo este arraial popularucho em que se transformaram os grandes centros decisórios portugueses.

Com efeito, o que dizer das declarações do líder da geringonça instando os professores a emigrar, pois isso significaria uma oportunidade? E com a complacência do Presidente da República sorrindo ao lado dele?

Alguém, se lembra ainda, da polémica que foi há quatro anos quando Passos Coelho, como líder do único governo de Coligação que chegou ao fim em Portugal, disse que os professores tinham como saída a emigração?  A quantidade de posts e postas lançadas nas redes sociais, nos jornais, quase promovendo o linchamento público de um Primeiro Ministro?

E o que o então comentador de horário nobre disse na altura? Alguém se lembra? Fruto de um interesse há muito mal disfarçado em ocupar o lugar que hoje desempenha fez o que melhor sabe fazer. Ou seja, jogou as suas cartas.. Considerando que tinha garantido o seu eleitorado, zurziu o então primeiro ministro, de modo a penetrar à esquerda, num belo exercício de contorcionismo...

E com esses flics-flacs encarpados chegou onde queria!

E, agora é ver esta parelha de Bucha e Estica em dueto animado... numa convivência em que princípios ideológicos inexistem, em que o que foi dito e criticado inexiste e onde quem pode questionar cegamente aplaude declarações em tudo idênticas, mas que agora são interpretadas como um sinal de inconformismo, de procurar um futuro melhor, numa Europa globalizada...

Já para não falar dos actores secundários, como o intragável Mário Nogueira, que fruto de tanto ter gritado, agora, aparentemente encontra-se afónico, concordando tacitamente, com algo que há quatro anos o fazia sugerir a Passos Coelho emigrar.

É este o nosso Portugal de dois pesos e duas medidas?

É este um país democrático que crucifica uns e endeusa outros pelos mesmos propósitos e declarações?

Que imprensa é esta que trata declarações iguais de modo diferente?


P.S. O que vale é que o país e esta dupla anda encandeada com o futebol para poder fazer mais alguns números de circo tendentes a iludir o pessoal...e enquanto o mesmo andar iludido, estão eles bem..

Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política CDS Guimarães

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