António Costa sempre foi
um habilidoso.
Foi um habilidoso quando
chutou António José Seguro da
liderança do seu partido, por ganhar por
poucochinho nas suas palavras e ainda o foi mais quando após às lágrimas de
uma clara derrota, a reboque de uma esquerda
utópica e desprendida da realidade conseguiu dar o golpe palaciano que todos
nós conhecemos...
Mas, nunca pensamos que
a habilidade continuasse...ou melhor até acreditávamos que sim, mas tínhamos
esperança que o novo presidente da república, como homem sapiente e de ciência
que supostamente é, conseguisse pôr um travão a esta insana paranoia que vai
corroendo por dentro os neurónios do auto-imposto primeiro ministro...
Mas, debalde...
Marcelo no seu afã de
estar bem com Deus e com o diabo, esqueceu-se do seu papel de moderador... em
vez da política se decidir e discutir com decoro, transformou-se numa espécie
de Big Brother, para não dizer o
inefável Love on Top, em que o que
importa são os soundbytes, as palhaçadas e as declarações desprovidas
de qualquer senso.
Além disso, este indecoroso espectáculo mediático é regado com doses de complacência de uma imprensa que, vá-se lá saber porquê mas desconfia-se, fecha os olhos a todo este arraial popularucho em que se transformaram os grandes centros decisórios portugueses.
Com efeito, o que dizer
das declarações do líder da geringonça instando
os professores a emigrar, pois isso significaria uma oportunidade? E com a
complacência do Presidente da República sorrindo ao lado dele?
Alguém, se lembra ainda,
da polémica que foi há quatro anos quando Passos Coelho, como líder do único
governo de Coligação que chegou ao fim em Portugal, disse que os professores
tinham como saída a emigração? A
quantidade de posts e postas lançadas
nas redes sociais, nos jornais, quase promovendo o linchamento público de um
Primeiro Ministro?
E o que o então
comentador de horário nobre disse na altura? Alguém se lembra? Fruto de um
interesse há muito mal disfarçado em ocupar o lugar que hoje desempenha fez o
que melhor sabe fazer. Ou seja, jogou as suas cartas.. Considerando que tinha
garantido o seu eleitorado, zurziu o então primeiro ministro, de modo a
penetrar à esquerda, num belo exercício de contorcionismo...
E com esses flics-flacs encarpados chegou onde
queria!
E, agora é ver esta
parelha de Bucha e Estica em dueto
animado... numa convivência em que princípios ideológicos inexistem, em que o
que foi dito e criticado inexiste e onde quem pode questionar cegamente aplaude
declarações em tudo idênticas, mas que agora são interpretadas como um sinal de
inconformismo, de procurar um futuro melhor, numa Europa globalizada...
Já para não falar dos
actores secundários, como o intragável Mário Nogueira, que fruto de tanto ter
gritado, agora, aparentemente encontra-se afónico, concordando tacitamente, com
algo que há quatro anos o fazia sugerir a Passos Coelho emigrar.
É este o nosso Portugal
de dois pesos e duas medidas?
É este um país democrático que crucifica uns e endeusa outros pelos mesmos propósitos e declarações?
Que imprensa é esta que
trata declarações iguais de modo diferente?
P.S. O que vale é que o
país e esta dupla anda encandeada com o futebol para poder fazer mais alguns
números de circo tendentes a iludir o
pessoal...e enquanto o mesmo andar iludido, estão eles bem..
Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política CDS Guimarães
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