Capital Verde Enrolada

quinta-feira, 23 de junho de 2016


Um estado de profunda desorientação grassa, por estes dias, nos corredores da Câmara Municipal de Guimarães.

Um desatino descontrolado que faz a autarquia querer uma coisa e fazer a diametralmente inversa.

Um desmando em que as acções são absolutamente antagónicas às palavras.

Um estado, quiçá, conduzido pelo estado agónico e aterrorizado que o ano de 2017 traz a quem se habituou a ocupar os corredores do poder.

A história conta-se em poucas e claras palavras.

A autarquia candidatou-se a Capital Verde Europeia e encetou todos os procedimentos tendentes a ser declarada como tal. Todavia, para além do tremendo imbróglio que tem sido a questão da Ecoibéria – que ninguém sabe como acabará -, soube-se agora que compra por ajuste directo materiais de construção à empresa campeã das contra-ordenações por descargas poluentes no Rio Ave.

Ou seja, em linguagem simples, a Câmara quer obter uma distinção ambiental, anda a investir os seus fundos nesse intuito em diversas iniciativas mas, talvez por ser vítima de um surto de esquizofrenia, dá dinheiro a ganhar, através de ajuste directo, à empresa que mais tem causado problemas a um dos maiores ex libris ambientais da região: o referido rio.

E nem, as desculpas esfarrapadas em sede Assembleia Municipal convencem... apesar de terem tentado atirar areia para os olhos dos demais deputados afirmando que a referida empresa poluente esteve fechada por um período de um mês para correcções.

Porém, Domingos Bragança esquece-se que em Março deste ano já tinha defendido o encerramento da referida empresa. Ora, se assim é qual a razão de voltar a trabalhar com esta? Não existirão outras do mesmo ramo capazes de fornecer materiais de construção?

E além do mais, por ajuste directo?? Não seria mais simples uma Capital Verde, como Guimarães parece querer ser, lançar um concurso público em que uma das prerrogativas do caderno de encargos fosse o máximo respeito pelo ambiente e a inexistência de contraordenações por danos ambientais? Qual a razão para se optar por um meio de contratação discricionário  e ainda para mais requerendo tal consulta a uma empresa com este histórico?

Além disso outra pertinente questão: será que o objectivo de Capital Verde não fica comprometido? Será que o desvario e desmando socialista não estão a enredar Guimarães numa teia de difícil saída?

O que vale é que 2017 é já ao virar da esquina...

Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política CDS Guimarães

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