Hoje, para
variar, o tema é mais local e impressivo. E reporta-se a uma publicação numa
rede social do vereador das finanças em Guimarães, Ricardo Costa, sobre o líder
da Coligação Juntos por Guimarães.
O “
Caldeu”, como simpaticamente o intitularei, num texto publicado no facebook,
investiu-se nas faculdades de Nebucadrezar para “proteger a coroa”
socialista do Reino de Vimaranis. Segundo consta, contra aquele que – por
evidência – o próprio designou de “Príncipe”, i.e. do real e legitimo herdeiro
do trono municipal, no caso, André Coelho Lima o líder da Coligação de Centro –
direita em Guimarães. E não por jusnaturalismo, antes, porque o povo dá mostras
claras de quem quererá para governar o município.
De facto,
a forma metafórica com que ousou expor um legítimo pensamento político permite
também que o transportemos para o reino da História, neste caso, mais fáctica
do que lendária. Sendo certo que, na forma, por aqui, usar-se-á mais
comedimento e não a conversa de "buvette" com que nos brindou e de
que podem testemunhar:
https://www.facebook.com/ricardocastrocosta/?fref=nf&pnref=story.
Não por
acaso escolhi Nebucadrezar, líder dos Caldeus – povo que iniciou os banhos
públicos precursores das futuras termas - já que, a este, lhe imputaram
sintomas de licantropia.
Costa,
saído do Complexo Termal da nobilíssima Vila das Taipas, quer também
transformar-se em lobo, ao jeito do que Maquiavel interpretava os fazedores
políticos. E digo lobo e não leão, porque já percebemos que Costa não ruge,
mia. Mas escondido num pêlo astucioso disfarça uma postura que me faz pensar
que o cognome que metaforicamente lhe atribuo é até hiperbólico.
Mas vamos
à leitura política que essa é que é substantiva e merece análise.
O que terá
levado Costa a afrontar o líder da Coligação? Muitas são as leituras: “
Bragança está cansado e não vai ao “2º round” e Costa quer arrumar, desde já,
com Portilha afirmando-se como sucessor natural”; “está a dizer a Bragança como
é que (não) se faz, numa tentativa de o afrontar, visto que este o desautorizou
várias vezes, a mais visível, no caso das taxas para os espaços do cidadão”;
“está a lançar a candidatura à liderança do PS local afastando Costa e Silva” e
podia continuar por aí fora, visto que são muitas as conjeturas que se podem
aventar.
Uma coisa
é certa, com aquele texto, Costa quis afirmar-se politicamente, tentando
comprar uma guerra com quem afincadamente está a preparar-se para ser o próximo
Presidente de Câmara. A questão que se põe é: conseguiu? E a resposta é
simples: não! E analisemos em duas vertentes.
Em
primeiro lugar, não conseguiu, porque - os exemplos que tenta dar para
fragilizar o líder da Coligação Juntos por Guimarães, são tão factuais e
demonstráveis documentalmente que nenhuma retórica elaborada – muito
menos a usada – os podem refutar; de facto Coelho Lima é o principal
responsável, com Sara Fernandes, pela vinda do pólo universitário das Nações
Unidas para Guimarães; sem Coelho Lima o problema criado pelo PS na gestão das
cooperativas municipais, de que o próprio Costa é um exemplo, não teria sido
resolvido pelo Governo PSD/CDS; sem um debate amplo a toda a comunidade, que a
Coligação estendeu aos demais partidos e instituições locais, a Via do Avepark,
teria um traçado atentatório do ambiente, do território e delapidaria dinheiros
públicos.
Em segundo
lugar, porque todos, os que cá andamos no burgo, sabemos que o eixo da roda não
é Costa, antes, Paulo Renato. O (contra) poder está em Moreira e não nas
Termas.
Quando
Paulo Renato quiser reduzir a pó, Costa e o seu deputado, carrega na ponta das
molas e a “roupa que pôs a estender”, cai no chão desamparada. E Costa sabe
disto. E sabe também que fica com Bragança ou com Paulo Renato: não poderá
servir a dois senhores, como agora faz, esquecendo quem lhe deu vida. O tempo e
a paciência de ambos estão a esgotar. A não ser que este último, já o tenha
investido como líder da “fação” o que deveras se estranharia porque Renato é, a
muitos Kms de distância, melhor do que Costa. Renato ganha eleições, Costa
perde; Renato preside a associações, Costa é nomeado; Renato tem anos de
partido, Costa e sucedâneos são produto de “aviário”; Renato é do terreno e
Costa – ele sim – vive num mundo fantasioso cujo acordar será tão penoso quanto
babilónico.
O que terá
motivado, então, Costa? A indefinição de Paulo Renato. Diz-se que Renato – que
tarda em assumir-se dando espaço a erros como este de Costa - busca um general
para liderar as tropas no “assalto final” ao “ninho socialista”.
Bem Vistas
as Coisas, o “Caldeu”, terá de optar por Bragança ou por Renato. Num caso
sacrifica já o seu amigo neófito deputado. Noutro, sacrifica-se a ele próprio.
Em qualquer dos casos, bem quisto este presságio provocado, já sabemos como a
“estória” acabará em 2017: todos vão ralhar e ninguém terá razão!
Artigo de Orlando Coutinho - Presidente da Comissão Política CDS Guimarães
0 comments
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.