As eleições
autárquicas, como todos sabemos, abrangem três votações: as mais mediáticas que
são as da Câmara Municipal, o sufrágio para a Assembleia Municipal e as para as
juntas de freguesias.
Ora, tal
separação é conducente a uma ideia basilar e que passará pela separação e independência dos diversos órgãos e que representam
realidades distintas. Realidades essas, que por estarem mais próximas dos
problemas que afectam os cidadãos, serão mais eficazes em combater os mesmo
pugnando pelo progresso na sua globalidade.
Contudo, na nossa
cidade de Guimarães, a ideia de progresso global, porém, parece não colher
frutos. Pois se assim fosse a notícia que saiu esta semana num órgão de imprensa
local, nunca seria realidade. Com efeito, a Câmara segundo a mesma e “de acordo com o Presidente da Junta local
já estão definidas as intervenções que vão ser levadas a cabo pela Câmara. Com
esse objectivo, a Vereação Municipal decidiu comprar um terreno. (...) A
intervenção passa pela construção de um novo edifício-sede para a Junta de
Freguesia e que o edifício que alberga actualmente a Autarquia será
transformado em casa mortuária.”
Ora, tendo sempre
presente a independência das juntas de freguesias, e o facto desta freguesia,
que é a de Pinheiro – coincidentemente, ou não, aldeia natal do actual edil vimaranense – não ser a única do concelho, algo de muito estranho se passa nesta
história.
O que distingue
esta das demais? Porque é esta governada pelo interesse da Câmara, sendo que os
demais presidentes de junta (ainda para mais se forem de outras cores
partidárias) sofrem para ter os seus projectos aprovados, necessitando de andar
de mão estendida e ao sabor dos interesses autárquicos?
Sorte a dos
eleitores da freguesia, de onde o presidente de uma autarquia é natural, ou por essa aldeia se enamorou, passando a viver lá. ..
aliás, talvez pudesse ser o novo medidor de qualidade de vida... a freguesia de X tem
melhor qualidade de vida e alto nível de serviços porque o ilustre autarca do
concelho Y tem habitação aí, ou aí deu o primeiro grito de uma rompante (ou não) carreira política, aquando da retirada do ventre materno pela parteira da freguesia... o demais, não releva pois os restantes eleitores
que votaram apenas servem para a consecução do objectivo eleitoral e só
passados um quadriénio voltarão a ser relevantes.
Entretanto, além
deste caso, talvez de favorecimento, um voto de lamento e tristeza. Todas, as
propostas que a Coligação Juntos por Guimarães fez no intuito de dotar todas as
autarquias de independência financeira, atribuindo-lhes mais verbas, de modo a
proteger as freguesias foram rejeitadas.... Tal medida não interessava, pois o
que importa é a discricionariedade na hora da escolha de quem vai beneficiar de
medidas tendentes ao desenvolvimento e ao progresso... e como sabemos, até por
exemplos nacionais – o arruamento da rua de António Costa em Sintra ou a casa
de férias do secretário de estado – os socialistas são peritos no progresso seleccionado...em
função dos interesses deles, como é óbvio!
Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política CDS Guimarães
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