Para Prejuízo de Guimarães...

terça-feira, 19 de julho de 2016

Vivemos tempos difíceis...

Ainda que, o actual governo faça esforços por demonstrar que o garrote do cinto já se encontra mais desafogado, a verdade é que as instâncias europeias demonstram a cada segundo que passa que os tempos não estão para flores e as vacas gordas ainda não pastam nas pradarias.

Assim sendo, a notícia ontem publicada no Jornal de Notícias sobre a inactividade dos Bens da Capital Europeia da Cultura 2012, que como sabemos foi em Guimarães, soa praticamente a afronta às dificuldades que os portugueses e, especialmente, os vimaranenses vão vivendo.

Com efeito, saber que o carro da presidência que custou trinta e oito mil euros está guardado num parque, ao abandono, sem seguro e inspecção demonstra a capacidade de gestão de quem se encontra mandatado para tal.

Demonstra o despesismo de quem devendo conhecer a cidade, ousou desbaratar o dinheiro dos vimaranenses, para depois deixar sem utilidade tais bens.

Demonstra a falta de sensibilidade política de quem tem a obrigação de resolver a situação, pois se o Governo, como o que parece, tem uma palavra a dizer, urgia chegar à fala com o mesmo para a liquidação ou imediato aproveitamento dos bens... ainda para mais sendo o mesmo partido a gerir a situação de ambos os lados.

Demonstra ineptidão para gerir as contas dos munícipes... 2012 já lá vai, quatro anos decorreram, e continuamos com bens devolutos, sem utilidade e a deteriorarem-se a cada dia que passa, rumo a um fim feliz num qualquer ferro velho ou sucata...

Demonstra falta de capacidade de diálogo, palavra tão cara para o actual executivo, pois era de bom tom chegar à fala com os demais interessados e potenciais compradores, de modo a tornar líquidos os bens em vez de os deixar aprodecer...

Demonstra falta de visão, pois numa sociedade que já foi condenada a pagar duzentos mil euros à administradora Carla Morais, aquando da saída de Cristina Azevedo, tendo a fundação uma provisão de trezentos mil, qualquer incremento patrimonial para fazer face a despesas era bem vindo.

Porém, ninguém cuidou de fazer com que tal ocorresse, permitindo que notícias embaraçosas apareçam nos jornais e dando azo à pergunta se a CEC 2012 valeu a pena?

A resposta, para infelicidade nossa, não é tão óbvia como queríamos: valeu, mas teria valido muito mais.

Teria valido muito mais se a programa cultural desse ano tivesse tido o lógico desenvolvimento... se 2012 não tivesse sido um oásis, nos desertos que foram 2010,2011, 2013, 2014, 2015, que tem sido 2016.

Teria valido muito mais se Guimarães passasse a ser um pólo de atracção cultural ao lado do Porto... bastará analisar as agendas das duas cidades, para saber que isso não ocorre!

Teria valido muito mais se 2012 tivesse servido para passar a existir uma política cultura de integração, que chamasse todos os vimaranenses a participarem nas actividades, ao invés de eles olharem para a cultura como algo próprio das elites.

Teria valido muito mais se tivesse existido respeito pelos objectivos pretendidos, ao invés de passados quatro anos ainda se estarem a inaugurar valências referentes à CEC, como a famigerada Casa da Memória.

A acrescer, a estas notícias, simplesmente se poderá chegar a uma conclusão: o executivo socialista olhou, apenas, para a CEC 2012 como um veículo de auto-promoção, desrespeitando quem para ela olhou com carinho...e o desinteresse na resolução dos problemas que vão surgindo só demonstra tal realidade...para prejuízo de Guimarães.


Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política CDS Guimarães

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