Desde a entrada
da Troika em Portugal, fruto da má governação de quem sabemos, os portugueses
sentiram na pele a necessidade de enveredarem por um caminho distinto do que
anteriormente trilhavam.
Aliás, ainda
hoje, dia 06 de Setembro de 2016, uma notícia do jornal de uma rádio nacional
confirmava que a ida a cinemas, concertos, restaurantes diminuiu drasticamente
desde essa data em detrimento da ida a espaços gratuitos como parques naturais,
o que segundo os autores do estudo indiciava a necessidade de se apostarem em
políticas ambientais, de modo a exponenciar ao máximo esse novo modo de vida.
Porém, nem todos
os portugueses assumiram a necessidade de adaptar a vida às circunstâncias e
preferem continuar a ditar os seus comportamentos por valores que o bom senso
não aconselha.
Vem esta
introdução a propósito da notícia de ontem do Jornal de Notícias em que o ex
autarca de Vieira do Minho, após ter deixado de ser presidente da autarquia,
auferiu de subsídio de desemprego fruto de supostamente ter laborado na Câmara
Municipal de Guimarães.
Mas, não se pense
que o referido ex autarca desempenhou funções de relevo na autarquia...Nada
disso... Ao que apuramos o mesmo foi contratado em 2001, garantiu a função sem
nunca desempenhar a mesma, a Câmara de Guimarães pagava-lhe o ordenado até se
candidatar e vencer as eleições pelo PS na sua cidade, requerendo uma licença
sem vencimento, e posteriormente de sair das funções da edilidade requereu o
subsídio de desemprego, que agora o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga
mandou restituir.
Ora, desta
situação ressaltam informações inquietantes que destacaremos separadamente para
podermos almejar a gravidade da situação.
Primeiro – O
referido funcionário foi contratado em 2001 por António Magalhães à altura
presidente da Câmara Municipal de Guimarães;
Segundo – Apesar
de funcionário de um autarquia candidatou-se a outra vencendo as eleições,
deixando para trás a anterior ocupação, requerendo uma licença sem vencimento;
Terceiro – A
Câmara, apesar de nunca ter exercido de facto as funções para as quais foi
contratado, sempre lhe pagou o salário;
Quarto – Quando
se acabou o job requereu o subsídio
de desemprego tentando, como a Segurança Social e depois as instâncias
judiciais obter uma vantagem patrimonial indevida que agora foi condenado a
restituir;
Quinto – Apesar
de ter recorrido para os tribunais administrativos, os mesmos consideraram (e
bem!) que o mesmo apenas tinha o contrato suspenso, por sua livre iniciativa,
pelo que não tinha direito a tal prestação.
Tais asserções e
a decomposição do problema leva-nos a conclusões inquietantes. Desde logo somos
confrontados com o amiguismo socialista
sempre disposto a arranjar emprego para os mais necessitados, desde que tenham
um cartão rosa. O referido funcionário teve, com o beneplácito da autarquia, um
poiso seguro (leia-se salário e flexibilidade laboral) para preparar
devidamente a sua eleição. Posteriormente, abandonou o trabalho que lhe devia
dar um enorme estímulo para abraçar o projecto de Vieira do Minho, mas
procurando deixar uma janela para
cobrar do Estado, olvidando quem em pior situação não tem como pôr comida na
mesa aos filhos.
Quando o povo optou por o castigar nas urnas, requereu o subsídio de desemprego tentando obter o que não tinha direito.
Esta situação é
inquietante... qualquer autor que pratique estes actos e quem seja conivente
com os mesmo são os responsáveis pela descredibilização da política. São
situações como as relatadas que fazem surgir os apodos menos próprios a quem
procura servir na causa pública. São notícias destas que fazem crescer a
abstenção e o desinteresse dos cidadãos.
E depois, como
pode alguém pedir sacrifícios aos seus concidadãos se há situações destas??
Ao menos
existisse a dignidade de reconhecer o erro e devolver os cinco mil e quinhentos
euros... não falamos de uma soma exorbitante, falamos de uma quantia, que um
cidadão, pela sua honra saldaria... pelos vistos, nem isso!
Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política CDS Guimarães
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