O Rally Foi e Não Volta

sábado, 21 de novembro de 2015


Uma das regras básicas do negócio reside na manutenção das principais fontes de receita, enquanto elas se vão mantendo.

E assim, quem descobre uma galinha de ovos de ouro mantem-na a todo o custo e espera que a mesma não seja raptada por um concorrente ávido.

Mas, será que toda a gente é assim?

A Câmara de Guimarães não, atendendo ao modo como suspendeu o Rally da cidade e fez o anúncio disso de modo desabrido e inesperado.

Na verdade, tal decisão é um atentado a uma cidade que, ainda, em 2013 foi Capital Europeia do Desporto. Um desrespeito pelos inúmeros aficionados do Norte do país que se deslocaram à nossa cidade e que já tinham as datas marcadas no seu calendário para voltar. Uma tremenda desconsideração ao melhor piloto do Campeonato Nacional de Rally, Pedro Meireles, mas a outros nomes de vulto da modalidade, como o co-piloto Jorge Barros, num universo de cerca de dez vimaranenses de gema e que no asfalto e no pó sempre honraram usar as cores da cidade.

E, isso, apenas demonstra uma Câmara de vistas curtas e de horizontes limitados, com pouca chama.

Efectivamente, não se entende que se deitem para trás das costas os muitos proventos económicos que tal evento traz... que se despreze os visitantes, inclusivamente muitos espanhóis, que, por virem à cidade do Rei deixam o seu dinheiro nos restaurantes, nos hóteis e podem, inclusivamente, ficar com vontade de regressar?

Ou, será que o turismo não é uma das preocupações de uma cidade que se ufana de ser o Berço da Nacionalidade e é Património Mundial?

Além disso, será que quem suspendeu o melhor Rally do Campeonato Nacional já olvidou as enchentes dos troços nocturnos de 2013 e 2014? Será que ter um povo na rua, com jovens e velhos na rua a ver os bólides passar é atentatório à paz social?

Além disso, as imagens da cidade na televisão, das freguesias onde os carros passam, as notícias nos informativos da rádio e da televisão não seriam úteis que se ouvisse o nome de Guimarães? Ou será que a divulgação do nome da cidade não é necessária?

Atendendo a tais factos, deixamos o repto: a Câmara Municipal de Guimarães, na pessoa do seu vice-presidente, Amadeu Portilha, que anunciou a suspensão da prova, que venha a público informar as perdas que as duas edições do Rally suscitaram à autarquia, para que todas estas questões deixem de fazer sentido, caso contrário as mesmas demonstrarão o que já se sabe do actual executivo: um poder oco, deslocado dos cidadãos e de vistas curtas... e isso, só faz Guimarães recuar no tempo!

P.S. Entretanto, soube-se que o mesmo executivo está empenhado em trazer a Taça Davis para Guimarães, num escaldante Portugal- Áustria, em que o “nosso” João Sousa, será cabeça de cartaz.

Uma medida que se saúda mas demonstrativa do estado errante do poder socialista, já que como é possível que para uma actividade de massas não exista interesse em investir e para uma, que não é “tão de todos”, haver tanto interesse? Ou será que é mais fácil aparecer nas fotografias de um camarote do Pavilhão Multiusos do que no pó de um qualquer troço de Briteiros?

Ainda assim, lá estaremos a apoiar um vimaranense ilustre de nome João Sousa, mas tristes por não poder dar o mesmo carinho a outro igualmente merecedor, de seu nome Pedro Meireles... sendo que ambos nos dias que correm são dois dos maiores embaixadores da honra de ser vimaranense...

Artigo de Vasco Rodrigues - Comissão Política Concelhia CDS Guimarães


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