Este tema chamou-me a atenção quando
lia a edição
desta quarta-feira d'O Comércio de Guimarães.
Há muito tempo que se fala sobre este
sistema, e sabendo eu do descontentamento dos moradores e comerciantes da nossa
cidade, confesso que fiquei um pouco estupefacta com as declarações que a
Camara Municipal de Guimarães declara neste comunicado.
Do mesmo, podemos retirar que a CMG
está satisfeita com os resultados positivos que segundo eles “revelam o sucesso
da medida. Para além de uma percentagem muito significativa da população
residente e dos comerciantes terem já aderido integralmente”, mas será que os
moradores e comerciantes tem outra alternativa??? Claro que não, e isso é visível
nas ruas da cidade, lixo que não é recolhido porque não são utilizados os
famosos sacos tarifados, e a quantidade de moradores que continuam a deslocar
os seu resíduos domésticos, para outras ruas que não estejam com este sistema
implementado.
“Não podemos
confundir sensibilização, formação/educação ambiental, controlo poluidor e
medidas enérgicas para “esverdear” o concelho, com punição,
hiper-regulamentação, taxação e margem suficiente para uma “tentadora” violação
da liberdade do indivíduo e do seu direito reservado à privacidade dos produtos
que consome e que necessariamente têm de ser reciclados e tratados. A
prevenção negativa e intimidatória por via da ameaça de impostos.” – Cito Orlando Coutinho.
Impostos??? Sim, isto é uma forma encapotada de aumentar
impostos…
Os moradores e os comerciantes não
estão satisfeitos e muito menos, quando quiserem alargar a todo o concelho.
Sim! Porque este projeto da recolha de resíduos através do sistema designado de
“PAYT” foi implementado no Centro Histórico, mas será alargado futuramente a
todo o concelho, e isto, sinceramente, será preocupante, visto que este sistema
pode assustar as pessoas, e com razão
diga-se, porque o regulamento é muito rigoroso e o cidadão é quase tratado como
um robot.
Com isto não pensem que não estou de
acordo com a sensibilização, separação e reciclagem, é óbvio que isto deve ser
feito, mas nunca pela violação da privacidade, do aumento de impostos e da
confusão operacional. Uma vez que parece que este sistema é uma espécie de
"cata-lixo" a ver quem faz o quê e quanto vai pagar por isso.
Vendo
todos estes factos só me resta concluir que a CMG quer a todo custo a conquista
de mais uma Capital para Guimarães, nem que para isso os moradores sejam
rigorosamente fiscalizados e sejam abertos processos contraordenacionais a quem
não cumprir com as regras imposta com este sistema.
É de lamentar e julgo não haver dúvidas quanto ao sucesso deste sistema!!!
Artigo de Elsa Castro - Comissão Política CDS Guimarães
1 comment
A Elsa Castro deveria olhar para o resto da Europa, da Itália, Eslovénia à Suécia, e observar que os países implementam sistemas "poluidor-pagador" (tipo PAYT) em relação aos resíduos. Quem mais deita fora deverá pagar mais, quem mais separa e age a bem da comunidade paga menos. Por isso sugiro que dê "tempo ao tempo" para que o sistema possa ser entendido e resulte. E acima de tudo coloque-se do outro lado, como reagir perante cidadãos que violam as regras e colocam os resíduos na "rua quando lhes apetece" ?
8 de novembro de 2016 às 15:54Enviar um comentário
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