Curtas... Novas técnicas de procriação

sexta-feira, 10 de abril de 2015



Este é um tema que merece, na minha opinião, amplo debate e envolve inúmeras questões. A dimensão da minha coluna não me permitiu dizer tudo - ou melhor não disse quase nada - o que pensava e abordar as questões que no meu entendimento relevam nesta matéria. Por essa razão inclusivamente ponderei não escrever sobre o tema. Mas julgo ser pertinente promover o debate e esta é uma questão sobre a qual o legislador se vai pronunciar e definir o quadro legal em que a mesma se irá realizar.

Tenho sérias dificuldades em perceber a necessidade que muitos casais - sem esquecer a situações que se poderão verificar de monoparentalidade - têm de recorrer a esta técnica de procriação para a todo o custo gerar biologicamente um filho, recorrendo a uma "hospedeira", quando podem adoptar uma criança órfã, e darem-lhe uma vida, o "ser", um futuro. Intimamente sinto que o meu amor pelos filhos não tem origem biológica. O meu DNA não está na génese ou é a fonte do amor que sinto por eles.

Aliás se assim não fosse não se compreenderia que muitos crianças fossem amadas pelos supostos pais biológicos, os quais na realidade não o são, sem prescindir aqueles não o saberem.

Eu já me questionei, para perceber o amor (apesar de esta não ser uma questão racional) que  tenho pelos meus filhos, qual seria a minha reação se descobrisse que eles de facto (em termos biológicos) não o eram. Em relação a eles essa descoberta era para mim absolutamente irrelevante, não os deixaria de amar e de os procurar proteger até ao fim da minha vida.

Desafio todos os meus amigos e amigas a partilharem o que pensam sobre esta técnica de procriação. Qualquer posição é e será naturalmente respeitada.

Crónica de Pedro Carvalho no Correio da Manhã 

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