Tragédia grega ou realidade?

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Por Vasco Rodrigues

Prólogo: A democracia existe desde 1975. Não, não foi erro, que existiu um período que mediou entre o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975, em que o PREC ditou leis e a esquerda radical teve o sonho de transformar este país, numa espécie da actual Venezuela.

Ode Inicial: supostamente, os mais habilitados, os que desencadeiam os trajetos mais meritórios serão os habilitados dentro dos partidos políticos para desempenharem as funções públicas, a res publica que os gregos universalizaram.

Acto I: quando um partido vai beneficiando do fenómeno de perpetuação de poder, assume atitudes antagónicas ao espírito que se consagrou a partir do referido Novembro de 1975 e adquire tiques próprios do tempo da outra senhora.

Acto II: a nossa cidade, Guimarães, será o maior exemplo disso. Com os socialistas a assumirem o poder em 1989, tomaram-no por adquirido. E beneficiando do ganho de influência do então autarca, António Magalhães, souberam criar as estruturas necessárias à estabilização do poder.
Estabilização essa, que nem sequer sofreu qualquer abalo, quando o autarca, ou os seus elementos mais próximos, se viram a braços com processos judiciais e consequentes condenações. Ou, quando, prometeu a entrega de cartão de militante do seu partido, se  Guimarães fosse violada e esventrada com a perda das freguesias do actual concelho de Vizela e cujas palavras foram com o vento...
Porém, nada é eterno...
E, fruto de uma lei que limitou os mandatos dos autarcas a três, teve que haver uma mudança... Mas, essa mudança, foi quase como uma sucessão monárquica: o delfim ascendeu e o patriarca, atendendo ao facto de as nossas estruturas representativas não preverem a existência de um senado, avançou, garbosamente, para presidente da Assembleia Municipal; assembleia que é o órgão mais representativo da democracia legislativa.

Acto III: como sempre, a fotocópia tenta retratar o original, mas depende da existência ou não de tinta no toner.
E diga-se, que às vezes, ela não tem existido, o que obriga a pegar em marcador preto para realçar os traços.
Bragança, na questão do Avepark, entre outras, tem funcionado desse modo. Sem argumentos para validar o seu ponto de vista (como alguém acreditasse que tal decisão não é irrevogável aos olhos socialistas) tenta impor... sem capacidade para fazer valer os seus argumentos, solicitou um estudo à Universidade do Minho, como se tivesse ido a Paris a um costureiro de prêt-a-porter para envergar um fato por medida.
Sem força para rebater, fez sessões de esclarecimento, mas em que só se deixava espaço a entender o porquê da opção tomada...
Sem capacidade de diálogo, não tentou entender os motivos que a Coligação apresentava para ser tomada outra escolha...

Climax: O poder inebria, mas vinte e seis anos de poder consecutivo podem levar a uma espécie de coma alcoólico, só com uma hipótese de desintoxicação: a mudança na próxima oportunidade!

Vogal da Comissão Política CDS Guimarães

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