Coligações!

terça-feira, 10 de março de 2015



Está cada vez mais em voga a discussão das várias possibilidades de coligações nas próximas eleições legislativas. Fala-se das mais variadas coligações, desde as mais tradicionais até às mais bizarras. Fala-se na coligação pré-eleitoral PSD-CDS, chamemos-lhe a mais tradicional. Fala-se no Bloco Central, coligação PS-Livre, PS-CDU, PS-BE. Todas estas, coligações pós-eleitorais. Mas, veio agora à baila mais uma “possível” coligação pós-eleitoral: PS-CDS. Chamemos-lhe a mais bizarra.
Já devem ter reparado que, à excepção da coligação PSD-CDS, todas elas têm o mesmo protagonista: o PS. Também devem ter reparado que todas estas possibilidades vêm sido equacionadas pela comunicação social tendo sempre como base a mesma fonte de informação: o PS. Ou seja, o PS de António Costa está disponível para se coligar seja com quem for. Porquê? Porque o que lhe interessa é ser Governo, mais nada. Porque é que o PS ainda não apresentou a sua proposta de acção governativa? Simples. Porque não se quer comprometer com ninguém. Quer ver primeiro. Ver o quê? Ver quem consegue ganhar votos suficientes para lhes dar uma maioria absoluta. Digamos que quer apostar no cavalo certo para ganhar.
Isto revela aquilo que venho defendendo já há muito tempo. O PS não está preocupado com o país. Está preocupado em ir para o Governo. E, para isso, estão dispostos a coligar-se com quem for preciso. Não tem ideias para o país porque não as quer ter. Vai ter as ideias de quem mais lhe convém. O PS anda em fase de testes. Testa as reacções dos seus possíveis parceiros. A extrema-esquerda já caiu na armadilha. Iludidos pelos fenómenos do Syriza e do Podemos, fartaram-se de criar novos partidos para se poderem coligar com o PS. Primeiro o Livre, depois o PDR de Marinho e Pinto, seguindo-se o Juntos Podemos de Joana Amaral Dias e agora o Agir de… Joana Amaral Dias. A extrema-esquerda revelou-se. Passou daquela classe política que vivia do protesto, não querendo governar, para a classe política que quer governar a qualquer custo, bem ao jeito socialista. 
Como disse Abraham Lincoln: “Se quiser por à prova o carácter de um homem, dê-lhe poder”. Neste caso, nem foi preciso dar poder à esquerda para lhes ficar a conhecer o carácter. Bastou a ideia de poderem vir a ter poder para a extrema-esquerda se desfragmentar e para o PS ir à pesca do parceiro. Que o povo ande atento…
ARTIGO DE ALFREDO SOUSA - membro da Comissão Política CDS

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