Existe, atrás dos muros dos estabelecimento prisionais portugueses, um reino, que a maioria dos portugueses e leitores não conhece, em que o monarca, com o auxílio de toda a sua corte, reina absolutamente, sem se preocupar como vive, ou sobrevive, o seu povo, nem com o futuro deste.
O monarca, no caso o diretor do estabelecimento prisional, raramente sai da sua torre de marfim, raramente visita o seu povo ou o recebe na sala do trono. E aqueles que o rodeiam também raramente lhe trazem notícias daquele mesmo povo. Não vão aquelas indispor o rei.
Aquele monarca, e a sua corte, esquece que o seu reino é imaginário, e que aquele povo, os presos, por se encontrarem nessa condição, não perderam os seus direitos fundamentais e que em reclusão ou em liberdade, qualquer cidadão tem o direito de não ser humilhado, ignorado ou esquecido.
Crónica de Pedro Carvalho no Correio da Manhã
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